Depressão

   Algo que tem ficado cada dia mais evidente é o fato de que muitas pessoas relatam sofrerem de depressão ou transtornos e síndromes de stress. Enquanto o stress e alguns transtornos são consequência e não causa, a depressão é considerada pela medicina uma doença psiquiátrica crônica e pode atingir pessoas de todas as idades e é uma condição agravante em casos de suicídio. Os sintomas são normalmente percebidos por pessoas que convivem maior tempo e podem identificar as mudanças no comportamento daquele que sofre de depressão. Sintomas como: Perda ou ganho não intencional de peso; Frequente insônia ou sonolência excessiva; Frequente dificuldades psicomotoras (agitação ou apatia); Cansaço e fadiga constante; Sentimento constante de culpa e inutilidade; Dificuldade de concentração; Alteração de libido; Baixa autoestima, e Pensamentos recorrentes de suicídio ou morte.

  Sempre tive problemas relacionados à depressão, que vem e vai. Estou em um momento da minha vida que, de fato, as coisas estão bem difíceis! Mas confesso que em épocas bem mais tranquilas e em meio à crises de depressão eu via tudo muito mais cinza e sem saída. Dias que não queria por nada sair da cama ou ver ninguém, por mais queridos que fossem, pensamentos suicidas e uma dor na alma como se o próprio sofrimento apunhalasse meu coração! É... Digo com convicção que os remédios ajudam nas crises e as palavras da minha mãe e de pessoas queridas eram o que me davam a mão para sair desse buraco.

  Muitas vezes, as pessoas recorrem à drogas lícitas ou não para aliviar o sentimento de solidão e tristeza. Enquanto a melhor solução é procurar um profissional como psicólogos e psiquiatras para ajudar no processo. O apoio de amigos e familiares é essencial para que quem sofre de depressão possa levar uma vida normal. A depressão não é tão clara para ser explicada! Seria ela de dentro para fora, de fora para dentro ou de dentro para dentro, como uma implosão? Não que não possa atingir quem está de fora...

  Um dia, as 11h da manhã, minha mãe recebeu uma ligação e quando percebi que ela iria desmaiar, corri para apoiá-la e logo percebi que algo muito mal havia acontecido; A minha tia, aos 36 anos cometeu suicídio. Era casada, sem vícios, tinha uma vida aparentemente controlada e não passavam por graves problemas financeiros, mas estava no terceiro tratamento de fertilidade. No segundo embora houvesse dado certo, o parto foi prematuro como complicação de uma pré-eclâmpsia e após alguns dias sua filha, nascida prematura, faleceu. Enquanto minha tia fazia o terceiro tratamento, passou a ter muita insônia, passar noites sem dormir. Ela, apesar de ter perdido os pais há não muitos anos e da dificuldade para engravidar, não era uma pessoa que dava sinais de depressão. Claro que a perda da filha a abalou, mas seguiu com outro tratamento respeitando o intervalo entre um e outro. Neste processo minha tia acabou descobrindo que não era filha biológica dos pais e depois descobriu-se que os pais biológicos estavam vivos e viviam na região onde ela morava. Tenho certeza que isso a afetou bastante; As perdas e a insegurança em procurar os pais biológicos, as dúvidas. Ela não chegou a conhecê-los. Sinto tanto pelo que aconteceu. No início a impotência é quase palpável. Nos culpamos por não enxergar... Os anos passam e a dor é a mesma, mas você passa a se perdoar e entender que não é sua culpa não ter enxergado. Mas também passa a entender que é sua responsabilidade estar atento!

  É importante estar atento aos sintomas e mudanças no comportamento daqueles à nossa volta. Nem sempre fica claro que alguém sofre de depressão e muitas vezes esta pessoa necessita de apoio. Abraçar o outro não é somente envolver em nossos braços. Muitas vezes é olhar para as suas dores e apoiar suas necessidades. Palavras de apoio e carinho podem salvar muitas vidas. Esteja sempre atento aos sintomas!

Se precisar de apoio, ligue para o CVV (Centro de Valorização da Vida): 188

Ou chame no chat https://www.cvv.org.br/chat/

https://www.cvv.org.br/

Você pode conversar com um voluntário do CVV ligando para 188 de todo o território nacional, 24 horas todos os dias de forma gratuita. 


Comentários

  1. Lindo texto... reflexivo e um pouco triste, mas pra nos fazer pensar e aprender. As pessoas que amamos também são como nós, com seus medos, anseios, desejos e necessidades. Não podemos tomar a presença delas em nossas vidas sempre como garantidas por todo o sempre. Então nos cabe observar e curtir essas presenças o quanto nos for possível.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada Fabito! E você também está certo! Ninguém é para todo o sempre! Façamos o nosso melhor possível, para cada um e para nós mesmos!

      Excluir

Postar um comentário